Pesquisar este blog

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

VIII - O dia em que um senador brasileiro calou a boca dos americanos

Veja o que já foi dito por entidades e líderes mundiais sobre a Amazônia:


"Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas, que vendam suas riquezas, seus territórios e suas fábricas".(Margaret Thatcher, Primeira-Ministra da Inglaterra, Londres, 1983.);

"Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós".(Al Gore, Vice-Presidente dos Estados Unidos, Washington, 1989.);

"O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia". (François Mitterrand, presidente da França, Paris, 1989.);

"O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes".(Mikhail Gorbachev, chefe do governo soviético, Moscou,1992.);

"As nações desenvolvidas devem estender o domínio da lei ao que é comum a todos no mundo. As campanhas ecológicas internacionais que visam à limitação das soberanias nacionais sobre a região amazônica estão deixando a fase propagandistica para dar início à fase operativa, que pode definitivamente ensejar intervenções militares diretas sobre a região". (John Major, Primeiro-Ministro da Inglaterra, Londres, 1992.);

"A liderança dos Estados Unidos exige que apoiemos a diplomacia com a ameaça da força". (Warren Cristopher, Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Washington, 1995.);

"Os países em desenvolvimento com imensas dívidas externas devem pagá-las em terras, em riquezas. Vendam suas florestas tropicais". (George W. Bush, candidato à presidência dos Estados Unidos, em debate com Al Gore, Washington, 2000).

"A Amazônia deve ser intocável, pois constitui-se no banco de reservas florestais da humanidade." (Congresso de ecologistas alemães, Berlim, 1990.);

"Só a internacionalização pode salvar a Amazônia". (Grupo dos Cem, cidade do México, 1989.);

"A Amazônia é patrimônio da humanidade. A posse desse imenso território pelo Brasil, Venezuela, Colombia, Peru e Equador é meramente circunstancial". (Conselho Mundial das Igrejas Cristãs, Genebra, 1992.);

Há comerciais institucionais transmitidos pela televisão do primeiro mundo, inclusive a CNN, onde a repórter Marina Mirabella mostra as maravilhas da fauna e da flora amazônicas para, em seguida, apresentar cenas de devastação, sujeira e imundície, e concluir: "São os brasileiros que estão fazendo isso! Até quando? 


George W. Bush – Ex-Presidente do EUA

"O que isso nos concede - nossa riqueza, nossa boa economia, nosso poder trazem com isso obrigações especiais para com o resto do mundo?!. Sim. Tome, por exemplo, a dívida do Terceiro Mundo. Eu penso que nós devemos perdoar esta dívida sob certas condições. Eu penso, por exemplo, se nós estamos certos que o país do Terceiro Mundo que adquire um grande endividamento se reformaria, que o dinheiro não pararia na mão de poucos, mas ajudaria pessoas, então eu acho que faz sentido para nós usar nossa riqueza desta forma".
"Ou você troca dívida por regiões valiosas de floresta tropical? Isso faz algum sentido. Sim, nós temos uma obrigação com o mundo, mas nós não podemos ser tudo para todos. Nós podemos apoiar unificações, mas nós não podemos pôr nossas tropas por todo o mundo. Nós podemos emprestar dinheiro, mas nós temos conseguido fazer isso sabiamente. Nós não deveríamos emprestar dinheiro para funcionários públicos corruptos. Então, nós conseguimos estar protegidos em nossa generosidade.."

Resposta de Cristovam Buarque ao estudante americano, quando questionado o que ele achava como humanista e não como brasileiro sobre a internacionalização da Amazônia.

Cristóvam Buarque

De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um pais. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrarias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um pais.
Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza especifica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os atuais candidatos a presidência dos EUA tem defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da divida. Comecemos usando essa divida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir a escola. internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia.

Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário